Arquimedes nasceu em Siracusa, na Sicília em 287 a.C., e foi educado em
Alexandria, no Egito. Consagrou-se à Matemática, mais especialmente à Geometria. Muito
jovem ainda começou a distinguir-se por seus trabalhos científicos. De regresso à
Siracusa consagrou-se ao estudo da Geometria e da Mecânica, conseguindo descobrir
princípios e fazer aplicações que o imortalizaram.
Descobertas
Embora Arquimedes seja
mais famoso pelo princípio da Hidrostática que traz seu nome, talvez sejam mais
notáveis suas investigações sobre a quadratura do círculo, que vem a ser a descoberta
da relação entre a circunferência e o seu diâmetro. Na Hidrostática, o "Princípio
de Arquimedes" pode e deve ser considerado uma importante descoberta que
determinou grande adiantamento no estudo das ciências físicas e produziu felizes
resultados. Possui aplicações nas ciências naturais, na Farmácia e mesmo nas
freqüentes atividades do cotidiano. Podemos enunciar esse Princípio em duas partes:
a) Todo corpo submerso em um líquido, desloca
desse líquido uma quantidade determinada, cujo volume é exatamente igual ao volume
do corpo submerso.
b) O corpo submerso no líquido "perde" de seu peso uma quantidade igual ao peso do volume de líquido igual ao volume submerso do corpo.
b) O corpo submerso no líquido "perde" de seu peso uma quantidade igual ao peso do volume de líquido igual ao volume submerso do corpo.
Arquimedes inventou a balança que tem seu nome e foi o
primeiro a determinar as leis do equilíbrio na balança. As atividades de seu pai, o
astrônomo Fídias, influíram, sem dúvida, na vocação e formação científica de
Arquimedes que, desde jovem, esteve em Alexandria, onde travou amizade com vários mestres
alexandrinos.
Heureca!
De volta a Siracusa, dedicou toda
a sua vida à pesquisa científica. Uma das estórias mais conhecidas a respeito de
Arquimedes é a da "Coroa de ouro de Hieron", contada da seguinte maneira:
"Entre o grande número de
descobertas realizadas por Arquimedes, é necessário assinalar a seguinte: Quando Hieron
reinava em Siracusa, propôs oferecer, em um certo templo, uma coroa de ouro aos deuses
imortais. Combinou a confecção da obra com um artesão mediante uma boa soma de dinheiro
e a entrega da quantidade de ouro em peso. O artesão entregou a coroa na data combinada
com o Rei, que a achou executada com perfeição, parecendo que contivesse todo o ouro que
lhe havia sido entregue. Sabendo, porém, que o artesão retirara parte do ouro,
substituíndo-o por um peso equivalente em prata, o rei, indignado diante desse engodo e
não tendo em mãos os meios para provar ao artesão sua fraude, encarregou a Arquimedes
que se ocupasse da questão e que com sua inteligência encontrasse esses meios. Um dia em
que Arquimedes, preocupado com esse assunto, entrou por acaso em uma casa de banhos,
percebeu que à medida que entrava na banheira, a água transbordava da mesma. Esta
observação lhe fez descobrir a razão que procurava e, sem mais esperar, pela alegria
que este fato lhe produzia, saiu do banho ainda nu e correndo para sua casa, gritava:
Heureka! Heureka!, isto é, "encontrei! encontrei!".
Sobre a base desta descoberta,
tomou, então, duas massas de igual peso que o da coroa: uma de ouro e outra de prata.
Mergulhou depois a massa de prata em um vaso, o que fez sair uma quantidade de água igual
ao volume dessa massa; tirou, então, a massa e voltou a encher o vaso com uma quantidade
de água igual à que se derramara e que se preocupara em medir, de maneira que pode
conhecer a quantidade de água que correspondia à massa de prata que introduzira no vaso.
Depois desta experiência, mergulhou igualmente a massa de ouro no vaso cheio de água e,
depois de havê-lo retirado, mediu novamente a água transbordada, encontrando que a massa
de ouro não deslocara tanta água como a de prata e que a diferença para menos era igual
à diferença entre os volumes da massa de ouro e da massa de prata em igual peso.
Finalmente, voltou a encher o vaso, mergulhando desta vez a coroa, que deslocou mais água
do que deslocara a massa de ouro de igual peso, porém menos que a massa de prata.
Calculando, então, de acordo com estas experiências, em quanto a quantidade de água que
a coroa desalojara era maior que aquela que deslocara a massa de ouro, soube quanta era a
prata que fora misturada ao ouro, mostrando, assim, claramente, a fraude do
artesão".
A morte de Arquimedes
A morte de Arquimedes é narrada de diferentes
maneiras. Segundo Plutarco, a morte de Arquimedes veio depois que o exército romano
conquistou as partes mais importantes da cidade sitiada:
"Tomadas também estas, na mesma
manhã marchou Marcelo para os Hexápilos, dando-lhe parabéns todos os chefes que estavam
às suas ordens; mas dele mesmo se diz que ao ver e registrar do alto a grandeza e beleza
de semelhante cidade, derramou muitas lágrimas, compadecendo-se do que iria acontecer...
...os soldados que haviam pedido se lhes concedesse o direito ao saque... e que fosse
incendiada e destruída. Em nada disso consentiu Marcelo e, só por força e com
repugnância, condescendeu em que se aproveitassem dos bens e dos escravos... mandando
expressamente que não se desse morte, nem se fizesse violência, nem se escravizasse
nenhum dos siracusanos... Mas, o que principalmente afligiu a Marcelo foi o que ocorreu
com Arquimedes: encontrava-se este, casualmente, entregue ao exame de certa figura
matemática e, fixo nela seu espírito e sua vista, não percebeu a invasão dos romanos,
nem a conquista da cidade. Apresentou-se-lhe repentinamente um soldado, dando-lhe ordem de
que o acompanhasse à casa de Marcelo; ele, porém, não quis ir antes de resolver o
problema e chegar até a demonstração; com o que, irritado, o soldado desembainhou a
espada e matou-o... Marcelo o sentiu muito e ordenou ao soldado assassino que se retirasse
de sua presença como abominável, e mandando buscar os parentes do sábio, tratou-os com
o maior apreço e distinção".
Na produção de Arquimedes revela-se exclusivamente o investigador. Seus escritos são verdadeiras memórias científicas, trabalhos originais, nos quais se dá por conhecido todo o produzido antes sobre o tema e apresentam-se elementos novos, próprios. As principais obras de arquimedes foram sobre:
1. A esfera e o cilindro - Um dos mais
belos escritos de Arquimedes. Entre os seus resultados, a área lateral do cone e do
cilindro.
2. Os conóides e os esferóides - Refere-se aos sólidos que hoje
designamos elipsóide de revolução, parabolóide de revolução e hiperbolóide de
revolução.
3. As espirais - É um estudo monográfico de uma curva plana, hoje
chamada espiral de Arquimedes, que se obtém por uma simples combinação de movimentos de
rotação e translação. Entre os resultados, encontra-se um processo para retificar a
circunferência.
4. A medida do círculo - Contém apenas 3 proposições e é um
dos trabalhos que melhor revela a mente matemática de Aristóteles. Em uma ostentação
técnica combinam-se admiravelmente a matemática exata e a aproximada, a aritmética e a
geometria, para impulsionar e encaminhar em nova direção o clássico problema da
quadratura do círculo.
5. Quadratura da Parábola - Este escrito oferece o
primeiro exemplo de quadratura, isto é, de determinação de um polígono equivalente, de
uma figura plana mistilínea: o segmento da parábola.
6. O Arenário - Arquimedes
realiza um estudo, no qual intercala um sistema de numeração próprio, que lhe permite
calcular e, sobretudo exprimir quantidades enormes, e uma série de considerações
astronômicas de grande importância histórica, pois nelas se alude ao sistema
heliocêntrico da antiguidade, devido a Aristarco de Samos.
7. O equilíbrio dos planos - É o primeiro tratado científico de estática. A alavanca, os centros de gravidade de
alguns polígonos, entre outros resultados.
8. Dos corpos flutuantes (Livro I e
II). - As bases científicas da hidrostática.
9. Do método relativo aos teoremas
mecânicos - Arquimedes aproxima-se extraordinariamente de nosso conceitos atuais de
cálculo integral.
10. O Stomachion - É um jogo geométrico, espécie de puzzle,
formado por uma série de peças poligonais que completam um retângulo.
11. O problema
dos bois - Um problema referente a teoria dos números.
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